Este é o meu primeiro artigo no blog e não poderia ser sobre um assunto diferente…
Na última quarta-feira (03/10) lançamos uma nova versão do Ramper, com uma interface muito mais bonita e elegante, cheia de novidades e uma performance incrível. Foram 9 meses intensos e o resultado vocês podem degustar neste artigo.
Quero compartilhar com vocês a trajetória, erros e aprendizados das duas versões de produto do Ramper: a “antiga”, que nos trouxe até aqui (+1000 vendas) com apenas 1 dev. E esta nova, com um time completo de produto, que nos possibilitará uma forte escalada até as 10.000 vendas nos próximos anos!
Junho de 2016
Em meados de junho de 2016, nasce a ideia da Ramper e as primeiras linhas de código.
Eu e o Ricardo éramos sócios de uma agência de marketing digital que vinha em queda livre de faturamento.
Nessa época, já havia a necessidade do nosso lado de prospectar. No mesmo período lemos o Predictable Revenue que trouxe uma visão clara de como prospectar da maneira correta – nada de cold call à moda antiga, com aqueles infinitos “não” na cara. A metodologia do livro deu tão certo que conseguimos um grande contrato de canal que nos salvou naquele ano.
Algumas c̶e̶r̶v̶e̶j̶a̶s̶ doses de café depois do início da prospecção, o Ricardo me pergunta se aquilo que ele estava fazendo de forma manual e não escalável, poderia ser automatizada. E eu, com vontade de desenvolver algo novo e com minha assinatura, topei o desafio. E assim começa a história.
Passamos alguns dias desenhando na parede, telas, logos, features, nomes…
“Poderíamos pensar no nome como o homem que está rampando em vendas… o RAMPER!”
Um mês e algumas linhas de código depois, lançamos um MVP com foco apenas no core do Ramper: descoberta de e-mails corporativos com um algoritmo próprio e envio de e-mails com cadência e follow-ups.
Nesta mesma época, o Ricardo rodou uma campanha de AdWords com uma landing page simples e 700 empresas ficaram interessadas no que estávamos fazendo.
Janeiro de 2017
Depois do lançamento do MVP e vários testes com amigos (e confesso, algumas caixas de e-mails travadas depois), focamos em tornar o Ramper um software com as telas que ele precisava para ser vendido: Templates, Contatos e Segmentações.
Nesse momento, larguei a operação da agência e foquei totalmente no desenvolvimento do produto com o exército de um homem só.
Sempre fui back-end. Nunca mexi em nada com CSS/HTML/Angular (tecnologias para quem é front-end). Mas, não tinha tempo de estudar, fazer cursos ou falar com amigos. Tive que ir no “Modo Corinthians” como gosto de dizer.
Sentamos em uma sexta-feira, eu e o Ricardo, para desenhar todas as telas no Photoshop e estas, deveriam estar funcionais até segunda-feira. Sim, funcionais: back+front.
Foram três garrafas de vinho por dia e três noites sem dormir: sexta, sábado e domingo. E voilà: o software está pronto, bonito e pronto para ir para rua.
Dia 2 de janeiro, apenas eu e o Ricardo na operação, começamos a vender o software. E, em nosso primeiro mês, fizemos incríveis 1 VENDA (rsrsrs).
Produto com poucas funcionalidades, extremamente limitado, pitch de vendas em aprendizado e assim seguimos.
Continuei forte nos meses em diante, sozinho no time de produto: codando back-end e front-end, atendendo suporte técnico, fazendo papel de customer success, melhorando nosso algoritmo de descoberta de e-mails, começando alguns crawlers, e claro, vendendo! Sim, aqui na Ramper TODOS vendem, do estagiário ao SDR e até o CTO!
Nosso combinado entre sócios, desde sempre, foi GROWTH.
Nossas primeiras contratações, seis meses depois do início da operação, foram vendas, marketing e customer success, consecutivamente.
Me lembro bem de, em uma sala de 30m² estarmos em três: Ricardo, Diego e eu – dois em vendas e um no desenvolvimento.
O Ricardo e o Diego falam alto pra carL%$)(* na sala, e quem consegue codar desse jeito? Tentei por algumas vezes “brigar” por uma call mais baixa, mas hoje eu que também vendo, sei como é empolgante uma call que o cliente entende e curte o que você está falando. Sendo assim, tive que me adaptar e, por dois meses, trabalhei de madrugada.
Chegava na Ramper às 2h30 ~ 3h da manhã e codava no silêncio até às 9h, quando as calls começavam. Das 9h até às 15h eu cuidava de outros processos e às 18h eu estava em casa dormindo!
Com esse time conseguimos bater a marca de 100 clientes ativos em apenas 6 meses e 200 do sétimo ao nono mês.
Com esses números sabíamos que a tração viria, mas para isto, precisávamos de um impulso. Algumas boas conversas com fundos, o martelo foi batido em novembro – levantamos o nosso primeiro investimento!
Dezembro de 2017
Desenvolvi um software sozinho por mais de 18 meses que nos levou ao investimento e tração. Agora, o desafio seria outro: a construção de um time de produto e a sua gestão.
As primeiras reuniões com o novo time (formado por suporte, UX, designer e full stacks), era engraçado: não tínhamos uma mesa para mim em nossa sala, muito menos cadeira: tive que sentar em uma cadeirinha de boteco, aquelas de ferro, no cantinho de umas das mesas. Fora o calor de dezembro em uma sala sem ar condicionado.
As reuniões trouxeram ao novo time a proposta de um software que seria líder em automação de prospecção no Brasil, com as muitas funcionalidades que iríamos desenvolver ao longo do ano: integrações, automações e performance.
Só que nós nos deparamos com os primeiros desafios nas primeiras semanas de trabalho: a infra não iria aguentar a escala e o layout não suportaria as novas features.
E agora? “Modo Corinthians” novamente ou o modo correto? Com processo, prioridades e padrão para o desenvolvimento?
Para um dev sozinho, que trabalhava em um período de 16h/dia, ter que começar a fazer reuniões de plannings, layouts, entender que as pessoas têm limitações e tudo tem o tempo certo de acontecer, era difícil para mim, mas conseguimos. Implementamos processos no trabalho de UX com visitas, entrevistas, estudos; e no trabalho de desenvolvimento, aplicamos o Scrum, daillys, reviews.
Ao longo de 2018, nós redesenhamos toda a infraestutura do produto, separamos em microserviços, desenvolvemos novas features, melhoramos nossos algoritmos, refizemos todo o layout e agora temos uma versão muito mais ANIMAL do Ramper.
Para nós, o desafio era muito grande: uma coisa é desenvolver um produto que ninguém usa, ter tempo pra fazer homologações e testes, ter prazos. Outra coisa é o desafio de desenvolver uma nova versão de produto enquanto a área de vendas ativa coloca mais de 100 novos clientes por mês, e esses precisam de ajuda/suporte. É o sentimento de trocar todas as peças de um avião enquanto ele está em voo.
Outubro de 2018
Ontem fizemos o lançamento oficial do produto para o mercado, parceiros, investidores e clientes. O resultado foi ainda mais ANIMAL!
De um dia para o outro, geramos mais de 100 leads e uma fila enorme de clientes querendo migrar para a nova versão.
E como gostamos de falar dentro de casa, isto é só o começo. Nós temos roadmap de features para os próximos 12 meses!
O time está extremamente maduro, conhecem o produto muito melhor do que eu e o Ricardo. Este foi um produto totalmente desenvolvimento com base em feedback de mais de 1000 empresas, e não mais um software que nasce da ideia de dois founders.
Nós saímos de um patamar de uma pessoa em produto, para doze atualmente (e temos, no momento, três vagas em aberto). Ano que vem, escalamos mais. Só de headcount de produto, vamos dobrar de tamanho entre suporte, desenvolvedores e principalmente, data sciences.
O aprendizado dos últimos meses tem sido gigantesco para mim. Tive de aprender a sair da operação de desenvolvimento e me tornar, de fato, um CTO. Contratar as melhores pessoas, desenhar processos de times que nunca construí. Organizar projetos internos como o Ramper University. Estar alinhado com o marketing, entender de vendas, aprender de customer success e gerir finanças.
Hoje, nesta nova versão do Ramper, tenho pouquíssimas linhas de códigos escritas. Nem os comentários com músicas do Raça Negra ou easters eggs que eu deixava existem mais. Mas eu sinto um prazer imenso de ver o que o time fez e continua a fazer. Olho para a versão nova com ainda mais orgulho do que a anterior.
Everton, Cleber, Lucas, Leandro, Vinícius, Leonardo, Murillo, Fernando, Yuri, Andreia e Fani, obrigado por fazerem desta versão o que fará a Ramper sair de 1.000 para 10.000 clientes. Vocês são FOD*!
E também não posso esquecer de quem passou pelo time e, de alguma forma, fez parte disso: deixo meu agradecimento especial à Luiza, Tati, Willy e Marina – vocês são demais! OBRIGADO!
Não posso deixar de agradecer, meu sócio/amigo/irmão por dividir essa trajetória comigo. Tem sido um prazer tocar a Ramper contigo, Ricardo!
Time de mkt, vendas, finanças, canais, etc… vocês também fazem parte disto. TAMOJUNTO!
E agora com essa nova versão, conseguimos escalar e focar em ser cada vez mais líder do mercado de prospecção e seguir ajudando empresas a escalar e bater as suas metas de vendas.
Bora Rampar!#GoRamper #FuckMonkeyJob